O número de trabalhos diretos e indiretos gerados na Creator Economy no País apresentou crescimento de 30% nos últimos 12 meses. O dado é do estudo “O impacto socioeconômico dos negócios digitais da Creator Economy no Brasil” da FGV Comunicação Rio, que revela mais de 389 mil ocupações no setor dos produtos digitais. O levantamento, que tem apoio da Hotmart, empresa global de tecnologia e referência na Economia dos Criadores de Conteúdo, havia registrado mais de 302 mil postos de trabalho na primeira edição. A metodologia envolveu entrevista por telefone entre 26 de agosto a 4 setembro de 2024 com 612 criadores de conteúdo que vendem produtos digitais na Hotmart, além de informações internas da companhia e projeções de mercado.
De acordo com o estudo, 42% dos respondentes afirmaram que a venda de produtos digitais é sua principal fonte de renda. Nesses casos, o retorno em faturamento é 154% superior. Quando se pensa ainda em profissionalização, o faturamento dos produtores que abriram empresas é, em média, duas vezes maior do que o de pessoas físicas. Dos entrevistados que têm a Hotmart como sua principal fonte de renda, 64% afirmaram que o aumento nos ganhos no último ano foi expressivo. A maioria (61%) dos criadores de conteúdo entrevistados tem menos de 40 anos. Quanto à escolaridade, 59% têm ensino superior completo e 16% pós-graduação, mestrado ou doutorado, o que evidencia alta qualificação e experiência diferenciada daqueles que decidem transformar seu conhecimento em produto digital. A geração de novas formas de monetização (33%), o aumento de renda (24%), a liberdade de tempo (20%), a liberdade geográfica (16%) e vontade de empreender (13%) são as principais razões de motivação para terem se tornado infoprodutores.
Sobre perspectivas futuras no setor, 32% dos respondentes têm interesse em expandir seus negócios digitais para a venda de produtos físicos, sugerindo que o mercado de infoprodutos está se diversificando. Além disso, mais da metade (55%) dos produtores e co-produtores já utilizam ferramentas de Inteligência Artificial (IA) em alguma tarefa ou rotina de criação de conteúdo. Ainda sobre IA, a maior parte (83%) usa a tecnologia para criar ou editar imagens, seguido de criação ou edição de texto (80%) e áudio (27%).
“Os resultados indicam que a venda de produtos digitais contribuiu para a diversificação das fontes de receita desses produtores. Nós vimos também que os criadores de conteúdo passaram a usar mais ferramentas tecnológicas e a se formalizar como pessoa jurídica”, afirma Beatriz Pinheiro, pesquisadora da FGV Comunicação Rio que coordenou o estudo.
“O aumento da demanda por conteúdos desenvolvidos pelos creators vem fomentando a expansão da cadeia de serviços na Creator Economy, como o design gráfico, edição de vídeo, gestão de redes sociais e análise de dados, incluindo ainda a criação de agências de lançamentos ou coprodução”, afirma Nathalia Cavalieri, General Manager da Hotmart. “Esse crescimento dos trabalhos gerados só contribui para a visão de que o potencial do setor é enorme, e estamos apenas no início”, completa a executiva.
O estudo na íntegra pode ser acessado neste link.